domingo, 3 de abril de 2011

Mostro-me (?!)

Ou ou. Tem sempre que haver reticências entre o visto e o não visto.

Trata-se de um desvelamento que ao mesmo tempo oculta tanta coisa... É um querer atingir o Ser que sempre escapa entre os dedos, como água corrente no rio. Mostro-me. Ficção? Aparência? A interpretação do espectador se dissolve na novidade que acrescento em mim a cada dia: um amor, um novo pensamento, uma nova poesia. Um constante renovar e re-interpretar. Sempre fazendo de mim uma obra de artista. 

Não quero Ser, quero Sendo: um projeto arquitetônico e pictório que se permite construir e desconstruir, fazer subir a poeira da demolição para criar uma beleza nova e finita. Entre ficção e aparência, não há apenas um jeito de me ver e vislumbrar a fragilidade e força que faz de mim uma Mulher. A menina afogada cresceu e tornou-se Mulher. Sendo Mulher, sendo Afrodite, sendo Vênus alicerço minha nova casa, cheia de espelhos, com portas e janelas abertas para que a Mulher não seja mais vista no escuro...

Entre dias púmbleos e primaveris, as reticências... Onde encontro-me outra vez, sendo hoje um porvir. Me des-cubro. Nua.   

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