sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Grande Circo Místico de mim

Se eu não fosse Alexandra, seria Beatriz:

"Olha,
Será que ela é louça?
Será que ela é triste?
Será que é ao contrário?
Será que é pintura o rosto da atriz?

Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida...

Olha,
Será que é de louça?
Será que é de éter?
Será que é loucura?
Será que é cenário a casa da atriz?

Se ela mora num arranha céu
E se as paredes são feitas de giz.
E se ela chora num quarto de hotel
E seu pudesse entrar na sua vida...

Sim,
Me leva para sempre, Beatriz
Me ensine a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz

Diz
Quantos desatres tem na minha mão?
Diz
Se é perigoso a gente ser feliz?

Olha,
Será que é uma estrela?
Será que é mentira?
Será que é comédia?
Será que é divina
A vida da atriz?

Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo rodar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida..."

(Todos os créditos a Edu Lobo, Chico Buarque e à esplendorosa voz de Milton Nascimento)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lígia.

Estou na encruzilhada e preciso atravessar em silêncio.
Faróis denotam minha sombra, querem me ouvir,
Não me rendo às buzinas.
Preciso calar-me.
Não ter nome é mais bonito.
No meio da avenida, entre carros e transeuntes, afogo minha palavra.
Um chopp na Savassi,
Uma música que repete o imprevisível
E o silêncio.
E eu.
E Lígia.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Imperatriz com quatro de copas

Tenho que esvaziar meu conceito para preencher-me com vir a ser...
Decifro-me e devoro-me
Sem charadas...
Quebrou-se o feitiço, despi-me do Véu de Maia

Só agora pude me ver de frente o espelho
E não vi meus olhos verdes nem minha pele alva
Vi uma carniça
Aguardando ser devorada durante o dia e regenerar-se pela noite...
Está doendo sentir a brisa suave acalentar meu corpo em carne viva

Estou sangrando às avessas...
Mas hei de encontrar a beleza no caos...