quinta-feira, 21 de abril de 2011

Aurora

Expirar...
Saber adiar vírgulas
para desanuviar enganos.
Estar segura
sentir-se pronta para
confiar no jogo
sem trapaças
ou atropelos acidentais.

Depois do engano
desvelado falsas impressões
depois de encarar as horas
que desperdicei mudando
os móveis errados de lugar,
depois de encarar as horas
que desperdicei convencendo-me
que eu podia mudar o mundo
sendo que o mundo (meu)
permanecia inerte,
Eu vi.
Eu soube.
Eu entendi.
Mudar dentro de mim
é mudar o mundo
que amo
e compartilho.

Separar
também é rever como encarar
as mudanças e o dinamismo de valores
em questão.
Amores
em discussão
e não no funeral.
O luto se foi...
Segunda feira passada
meu calendário passou a contar os dias
por mim.
Passou a angústia.
A dor.
A falsa expectativa.
A vontade de perfeição.
E happy end hollywoodiano.
Sou carne,
admito e perdoo tropeços.
Meus.

Agora,
e daqui em diante,
Meu corpo se expõe, nu, em carne viva,
aos ventos ardis do porvir
venha,
amanhecer divino que encerra um ciclo
de frustrações.
Agora,
contemplo de pé
a aurora
que sou.
            
                                          

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