segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sonha(dor)

Hoje estou sentindo uma simpatia antipatizante pelo mundo. Estou cansada, com os pulmões fartos e o coração embriagado de tanto pulsar padrões. Tenho que saltar no abismo sem pára-quedas, sem corda, sem qualquer garantia ... Não é assutador e, ao mesmo tempo, tentador também? Nada me garante que posso sair ilesa, mas também pode ser que eu nem me ferre tanto assim...
Sabe o que é de fato canalha neste mundo? Alimentar sonhos com hidrotônicos e antioxodantes que não irão impedi-los de envelhecer e talvez se exaurirem no tempo. É claro que isto não significa que temos simplesmente que ignorar nossos sonhos e realizações pessoais. Mas significa que temos, o tempo todo, lidar com a possibilidade de ter que adia-los: correr, correr, e continuar correndo rumo a lugar nenhum - não há garantia nem para o sucesso, nem para o fracasso. Isso deixa qualquer um sem chão, mesmo sabendo que esse "chão" é tão tênue quanto a linha que separa o sonho da realidade...
Quem lhe disse que a vida também não chuta sua bunda, mentiu, darling. A diferença está em como cada um reage quando a frustração é grande e cretina o suficiente pra fazer pensar em mandar seus sonhos ir pro quinto dos infernos... Estou nesta fase do "grande e cretina o suficiente"... E confesso que não estou me importando muito com o que vai acontecer, mas preciso encontrar uma boa fórmula para que, ao menos uma vez, seja eu a portadora do bilhete premiado...
Deveras, viver é uma suave destilação de antipatias simpáticas...