quarta-feira, 11 de julho de 2007

Caminho em meus cigarros...

Mesmo acompanhada somente pelos meus cigarros, tenho a sensação sublime de um bem estar perverso - para a manada - diante da calcificação do desejo e do prazer oferecidos nas vitrines. É tranquilizante (epiléptico só na carne), embora não gere qualquer sensação de alívio. Para quê "alívio"? Tal fatalidade excomunga uma parte substancial do que eleva o gozo ao invés de sacrifica-lo: o sofrimento provocado pela dificuldade de alcança-lo plenamente.
Acho que é por isso que há tanta gente mesquinha e infeliz por afundar sem necessidade nesta lama caótica que nos compõe: é preciso aprender a nadar no que consideramos imundo, já que em nosso íntimo não ansiamos pela pureza transcendental, almejamos a magnitude de esboçar - por dois minutos - um sorriso paradoxal, porém, descomposto de uma falsa imagem de alegria.