sábado, 2 de fevereiro de 2013

O velho e o moço




Posso ser a metade andrógina de alguém por aí,
tão perdido quanto eu.
Saio pela cidade, esbarro sem querer
num corpo com mesmo espírito que eu.
E nada.
Volto só,
uma noite pela madrugada igual a todas as outras:
um brinde à monotonia do lugar comum,
das frases de efeito,
dos desfechos previsíveis.
Ressaca existencial,
essa de não poder fazer mais nada além de seguir adiante.
Vários mitos dizem que
uma alma identifica a outra, assim,
pelo olho de dentro.
Minha'lma disse que sim,
mas não houve resposta;
talvez o outro olho seja ateu.
Três e meia da manhã,
bebo mais uma taça de vinho,
ao menos posso me acompanhar
até o que não foi,
para seguir outra direção e
recomeçar outro acaso.

AML


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