sábado, 13 de novembro de 2010

Inconstance

Não preciso ser sempre para ser eu mesma. Eu sou feita de terra, de barro, me moldo com o tempo de louça, sou outra além de qualquer querer "ser assim". Me construo com vontade de mudar, se for pra eu ser só um retrato de uma persona, não sou, não fluo, me calo.

As vezes é preciso esvaziar para ser alguém...

Nem sempre ter estampa colorida significa que a tela está preenchida. Sou pintura incompleta, que não quer ocupar o "lugar do rei". Mudo sem cessar, como a maturidade de meus cabelos e de minhas rugas que hão de surgir...

É como rio em direção perpétua ao o mar que firmo quem sou. Me jogo no abismo de Ser sem preocupar-me em se machucar, de cair sem chegar ao fundo ou de me encontrar sozinha embaixo da ponte das aparências. O que quero é ir pra algum lugar...Viver já é um bom lugar pra ficar até quando durar...

Tenho aversão aos outros que se defendem no espelho, que só gozam com o pinto do outro por não querer lidar com seu próprio gozo. Eu só defendo o que sou na transfiguração. Quem se diverte com meros ideais de mim ou de si, é por que se contenta em ser fantoche da fortuna de ser humano....a qual, infelizmente, parece preferir não possuir.

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